quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Sorriso Enorme !






32.

Sinfonia de uma noite inquieta

Dormia tudo como se o universo fosse um erro; e o vento, flutuando incerto era
uma bandeira sem forma desfraldada sobre um quartel sem ser.
Esfarrapava-se coisa nenhuma no ar alto e forte, e os caixilhos das janelas
sacudiam os vidros para que a extremidade se ouvisse. No fundo de tudo, calada, a
noite era o túmulo de Deus (a alma sofria com pena de Deus).
E, de repente - nova ordem das coisas universais agia sobre a cidade -, o vento
assobiava no intervalo do vento, e havia uma noção dormida de muitas agitações na
altura. Depois a noite fechava-se como um alçapão, e um grande sossego fazia
vontade de ter estado a dormir.

b. soares

( ao maior que ela, o SORRISO da m. c. )